quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Deveria ter sido psicóloga...
era incrível a quantidade de vezes que fôra procurada para aconselhar, orientar ou simplesmente ouvir.E o estranho é que gostava disso. Se resolvesse contar o que ouvia muitas relações estariam estremecidas, mas não era essa a intenção. A intenção era só mostrar como os outros reconheciam em nós pontos que não enxergamos. Se pedissem a ela para apontar alguém indeciso, perdido.. que não conseguisse se orientar, certamente apontaria a si própria.
E como podia então num piscar de olhos, enxergar o melhor dos outros, dizer aquilo que precisavam, despertar talentos escondidos... será que eles viam coisas que ela mesma não enxergava?
As vezes sofria, se achava uma farsante, pois o que dizia deles era tão claro para si que ficava na dúvida se fôra ela ou eles que haviam dito.
O certo é que ao ajudar tantos, a orientá-los se perdia um pouco menos, buscando neles explicações que não encontrava em si mesma.
                   
(Anna Rezende)                                                                                           
  imagem disponível em: http://www.dormiu.com.br/imagens/os-labirintos-mais-fascinantes-do-mundo-7942/

Desejos....

um anel de pedra azul,
um girassol,
um cavalo...
e um poema de Vinícius de Moraes.
tudo isso e nada mais...

(Anna Rezende)

sexta-feira, 18 de novembro de 2011








...e ela sabia que pra ser bom ou ruim, doce ou 


amargo, só dependia dela. Abriu então o armário


 d'alma vestiu seu melhor sorisso e se foi.


(Anna Rezende)








imagem disponível em: http://magmode.wordpress.com/2010/12/30/a-moda-em-2011-e-ser-feliz/



domingo, 6 de novembro de 2011

e aprendam.... a vida sempre presenteia quem tem coragem.

Anna Rezende

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Sentia-se em uma biblioteca... inúmeros livros a sua volta, todos esperando pela escolha. Cada qual usava dos artifícios que possuía, capas luminosas, fascículos volumosos, autores consagrados.Todos clamavam sua opção, mas a decisão permanecia consigo. Não sabia ainda qual abrir, cada passo dado seguia na direção de uma história diferente mas que ainda não havia se iniciado. O certo é que o livro inicial, esse findará-se. Chegou a página 545, disse as últimas palavras, a inspiração acabou, ponto final. Agora faltava a contracapa e a publicação para que todos tomassem conhecimento dos fatos e a partir daí o controle da história mudasse de mãos.


Anna Rezende



                                                imagem disponível em: http://livroseafins.com/imagens-de-algumas-das-bibliotecas-mais-legais-do-mundo/

sábado, 5 de março de 2011

DesCaso

Descaso é coisa triste,é pior do que ódio, raiva, porque nestes sente-se alguma coisa.Já no primeiro por não sentir-se nada, não percebe-se que fere, que mágoa.
O ódio é primo de primeiro grau do amor.Só se odeia aquilo que incomoda, aquilo que se nota.E só se ama aquilo que intriga, que desperta interesse.Já o descaso é o antônimo do amor, chame de indiferença se preferir.Se não ama-se não tem relevância, logo não me importo se minhas atitudes interferem para o bem ou para o mal.
 Quando dois unem-se eles casam, quando não se toleram mais separam-se, porém antes vem o "des caso", mas a maioria não percebe.Só quem é a parte "desamada" "descasada" que sente. Aí o outro pergunta:
 -Mas o que eu fiz?!
Você meu caro "descasou".Você não sentiu raiva ou ciúme, simplesmente deixou... e o descaso é traiçoeiro, porque quem o pratica torna-se a sua segunda vítima.Como o ódio não tem lugar nessa situação o que descasara agora passa a sentir um vazio, e acredita que seja saudade do amado, mas não é, é apenas a ausência do descaso que deve ser preenchido com outro sentimento qualquer, na maioria das vezes pela culpa.
E aquele que sofreu agora coloca o ódio em seu peito no lugar do amor, e este só passará a viver plenamente quando abandonar o ódio pelo descaso dessa relação.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Uma fina poeira caía do ar,
embaixo dela um menininho arremessando para cima a areia encontrada a frente do portão.
O gesto se repetia, e ele alheio ao mundo em volta, parecia em outro plano.
Era só areia que subia e caía...
mas para ele era qualquer outra coisa entre a neve e o pó de pirim-pimpim.
 Subitamente invade seu glorioso mundinho um pensamento adulto:
-Menino, o que você tá fazendo com essa areia?!!
-Brincando...
-Não tá vendo que tá sujando sua roupa, deixa de ser bobo menino, não sabe que custou caro e depois vai dar trabalho pra lavar!!!
O menino deixa seu pó mágico e é conduzido até um sofá, onde sua brincadeira  resume-se a um compassado balançar de pernas.Ali ele pensou:- Se o problema é a roupa, eu tiro ela e brinco sem ninguém brigar comigo.
E lá se foi de cuequinha para seu reino mágico.Ficou ali até que um adulto deu falta daquelas perninhas balançando no sofá da sala.
-Meninoo, o que é isso!!!!!!
Foi assim que ele retornou ao mundo real.
-Cadê sua roupa? Isso é maneira de uma criança ficar?Onde estão seus modos?
-Saia já daí, lave suas mãos e vista-se!
-Mas eu quero brincar...
-Não com essa roupa!
-Mas eu tiro ela então...
-Você só pode estar louco.
E lá se foram para a casa, o menino contrariado pela brincadeira perdida e o adulto pela roupa suja.
Chegam em casa, criança pro chuveiro e roupa para o tanque.
Em um descuido da funcionária o alvejante caí sobre a roupa do menino e lá se vão as cores da camisa e o xadrez da bermuda.O adulto enfurecido esbraveja a quem puder ouvir.
O menino assiste e reflete...
A roupa agora toda descorada seca.
O menino a recolhe, pega suas canetinhas e pinta as manchinhas desbotadas da camisa para que assim ela volte a ser importante para seu pai.
                                                                                         (Anna Rezende)